O Tribunal Superior do Trabalho (TST) registrou um crescimento expressivo no volume de processos julgados, atingindo aproximadamente 514 mil casos em 2024, o que representa um aumento de 57% nos últimos cinco anos. No mesmo período, o número de processos recebidos pelo Tribunal cresceu 19%, com mais de 570 mil novos casos e recursos internos ingressando apenas no último ano. Cada ministro ou ministra do TST analisou, em média, quase 20 mil processos, demonstrando o elevado ritmo de trabalho da Corte12.
Esse avanço é resultado de um esforço contínuo do TST para aprimorar sua atuação jurisdicional, focando em uma gestão orientada para resultados e excelência nos serviços prestados. Em 2024, o tempo médio de tramitação dos processos foi reduzido em 27 dias, e o Tribunal estabeleceu metas para acelerar o primeiro julgamento e a publicação das decisões, buscando que esses atos ocorram em até 10 dias. Outro desafio é a redução do estoque de processos, com prioridade para os casos que tramitam há mais de quatro anos1.
O presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Aloysio Corrêa da Veiga, destacou o compromisso da Corte com uma Justiça do Trabalho mais ágil, eficiente e acessível. Para isso, o Tribunal tem investido na consolidação de precedentes para uniformizar a jurisprudência, na promoção da conciliação e na comunicação clara das decisões, adotando linguagem simples e transparente. Entre as medidas adotadas estão a atualização das regras para facilitar a aplicação dos precedentes, capacitação dos servidores e reformulação da estrutura interna para ganhar agilidade1.
A Justiça do Trabalho também se reafirma como espaço privilegiado para a resolução pacífica de conflitos. Em 2024, o Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Cejusc/TST) alcançou uma taxa de sucesso de 75,4% nas audiências, resultando no pagamento de mais de R$ 1,06 bilhão a beneficiários. Mais de 4.200 processos foram encerrados por acordo ou conciliação. O Tribunal firmou ainda acordos de cooperação técnica com grandes empresas e órgãos públicos para estimular soluções consensuais e desistência de recursos, destacando-se o convênio com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral Federal (PGF), que permitiu a desistência de recursos em 89,13% dos processos analisados envolvendo autarquias e fundações públicas1.
No âmbito administrativo, o TST avançou na governança digital, segurança da informação e inovação dos trâmites processuais, com automatização de rotinas. O Planejamento Estratégico Institucional 2021–2026 foi consolidado, alinhando metas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)1.
O desenvolvimento de pessoas e a inclusão também foram prioridades em 2024. O Tribunal promoveu cursos, capacitações e especializações, com mais de 5 mil concluintes e quase metade dos servidores participando de formações com mais de 20 horas. A inclusão foi ampliada com um aumento de 16,5% no número de pessoas com deficiência no quadro funcional, totalizando 92 profissionais, e um crescimento de 27% na ocupação de cargos por esse grupo, promovendo igualdade de oportunidades1.
A inovação tecnológica, pilar do CSJT, avançou com o lançamento do Monitor do Trabalho Decente (MTD), ferramenta de inteligência artificial que analisa decisões judiciais e petições iniciais sobre temas sensíveis como trabalho infantil, assédio sexual e trabalho análogo ao escravo, enviando alertas automáticos às unidades judiciárias. Outra inovação foi o Painel de Monitoramento de Combate ao Assédio Eleitoral no Trabalho, também baseado em IA, lançado em setembro de 20241.
A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat) manteve sua atuação estratégica na formação da magistratura, com foco na inteligência artificial e aprimoramento jurisdicional. Em 2024, foram oferecidos cursos de formação continuada, formação de formadores e formação inicial, capacitando 224 novos magistrados, com uso de ensino a distância e telepresencial para otimização de custos e cumprimento integral da programação1.
O Relatório de Gestão Integrado, elaborado de forma colaborativa entre TST, CSJT e Enamat, apresenta os principais resultados do trabalho conjunto, alinhado ao lema de 2024: “União, transparência e democracia”. As ações reforçam o papel da Justiça do Trabalho na promoção da justiça social e garantia do trabalho decente, fortalecendo a relação institucional do Poder Judiciário com a sociedade1.
Em síntese, o TST tem demonstrado um robusto avanço em produtividade, inovação, inclusão e gestão, consolidando-se como uma instituição moderna e eficiente na defesa dos direitos trabalhistas no Brasil.