“Erro da Justiça”: Açougueiro Inocente Passa 12 Dias Preso por Confusão de Nomes no ES

Direito Criminal

Vitória, 15 de abril de 2025 – O capixaba Ricardo Dias Nascimento, 52 anos, viveu um pesadelo jurídico que expõe falhas graves no sistema de justiça brasileiro. Em 2018, o açougueiro foi preso por engano e passou 12 dias no Presídio de Vitória (ES), confundido com um homônimo acusado de tentativa de assassinato. Sete anos depois, ele ainda luta para reparar os danos morais e financeiros causados pelo erro.

O Dia em que Tudo Mudou

Na manhã de 13 de janeiro de 2018, Ricardo deixava a esposa no trabalho e parou para comprar pão quando foi abordado por policiais. Apresentaram-lhe um mandado de prisão em nome de “Ricardino Dias Nascimento”, suspeito de um crime no Morro São Benedito – local que Ricardo jura nunca ter visitado.

“Disseram: ‘É você mesmo!’. Nem me deram chance de explicar. Fui algemado e levado como bandido”, relata, emocionado, em entrevista ao SBT/ES.

12 Dias de Injustiça

No presídio, Ricardo enfrentou:
🔴 Humilhações de outros detentos e agentes;
🔴 Dificuldade para provar inocência (documentos foram ignorados);
🔴 Custos com advogado (fez empréstimos para pagar defesa).

Apenas após dois semanas, a Justiça reconheceu o equívoco: o mandado era para “Ricardino”, não “Ricardo”.

Consequências Irreparáveis

  • Preconceito: Perdeu trabalhos como fotógrafo de eventos;
  • Dívidas: R$ 15 mil gastos com ações judiciais;
  • Trauma: “Minha família ainda sofre com o estigma”.

Resposta da Justiça

A Procuradoria-Geral do ES informou:

  • A 1ª instância absolveu o Estado de indenização;
  • A defesa de Ricardo recorreu – aguarda-se novo julgamento.

Advogados criticam:

“Erros assim revelam falhas na checagem de identidade. O Estado deve indenizar vítimas de prisões injustas”, afirma Dr. Renan Santos, Advogado.

O que Diz a Lei?

  • A Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime) exige confirmação biométrica antes de prisões, mas o caso ocorreu antes da norma;
  • O Art. 5º, LXXV, da CF garante indenização por erro judiciário.

Dados Alarmantes

Segundo o CNJ:
📌 1 em cada 1.000 prisões no Brasil envolve erro de identidade;
📌 Só 12% dos casos buscam indenizações.


Como se Proteger?

  1. Cadastre-se no portal do CNJ para consultar mandados em seu nome;
  2. Exija confirmação biométrica em abordagens policiais;
  3. Registre BO se for vítima de erro.

Ricardo hoje: “Quero justiça. Ninguém merece passar pelo que passei.”


Fontes: TV SIM/SBT, CNJ

Nota: Para consultar mandados em seu nome, consulte um advogado.

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